Por Kássia Rocha
Sou uma leitora
compulsiva, gosto muito dos Clássicos (brasileiros e/ou estrangeiros) e, mais do que isso, gosto de poesias.
Quando vi este livro, em um determinado programa de TV (no qual, falava-se muito sobre ele), logo comprei!
Livro: AMAR, VERBO ATEMPORAL
Subtítulo: 100 poemas de amor
Autor: Celina Portocarrero
Páginas:240
Formato : 14x21
Como
sempre, a leitura nos surpreende dificilmente
de forma negativa, pois, antes de comprarmos um livro, é essencial
lermos as criticas (não muitas, senão te atrapalhará na leitura, quanto às
descobertas no decorrer da história...) e sinopses sobre ele, para que,
possamos comprar um livro de acordo com o nosso “perfil” de leitura, ou do
momento “auspicioso” que estaremos, para determinadas leituras, digo isso,
porque, leio variados temas, conforme cada momento e interesse em que me
encontro. Vou do clichê ao clássico, do assustador e misterioso, ao monótono e
arcaico. E claro, os romances, definitivamente, quando me surpreende (tanto na
estrutura textual e dinâmica, quanto uma construção culta admirável), de fato,
são os meus favoritos!
A
poetisa Celina Portocarrero seleciona os poemas de amor (mais variáveis
possíveis), poemas reunidos de forma majestosa! E mergulhamos
num universo delicioso, que é o do amor. Àqueles com dedicatórias, não correspondido,
de amizade que se transforma em algo sofredor (um amor que se consome e que o
personagem definha e fibrila, ao emanar este amor, na escrita). Enfim, ler
estes poemas, com certeza nos remete a sensibilidade e inspiração profunda,
para escrevermos e criarmos universos paralelos, nos entregar ao nosso imaginário,
tornando cada poema uma história – bem construída. Fora a seletiva dos poemas e
poetas, que transforma este livro em algo inovador - para a atualidade literária
-, mediante a tantos livros de poesias por aí, misturando (nesta obra)
conteúdos de escritores históricos e de poetas atuais.
Vou deixar alguns
trechos de poemas que, contém no livro:
“[...] Ilumina
com teu divino olhar
Esta alma que os teus pés, anjo dileto,
Vem, banhada de lágrimas, beijar.”
(Súplica – Adelino Fontoura. Pg. 17)
“[...] Mal
sabe que, se acaso, novamente,
buscasses o calor do velho ninho
de onde um capricho te fizera
ausente,
eu, esquecendo a tua ingratidão,
juncaria de rosas o caminho
em que voltasses para o meu perdão...”
(Para o meu perdão – Adelmar Tavares.
Pg. 21)
“[...] Eu
lhe ofertei uma rosa vermelha
para saber se ela ainda me quer.
- Sereia morena, olhar de esguelha,
tu não queres ser minha mulher? [...]”
(O amor da sereia – Adeilton Fonseca.
Pg. 27)
“Eu
vi a linda Estela e, namorado,
fiz logo eterno voto de querê-la;
Mas vi depois a Nize, e a achei tão
bela,
Que merece igualmente o meu cuidado. [...]”
(Estela e Nize – Alvarenga Peixoto.
Pg. 41)
“[...] Quero
em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu! [...]”
(Amor – Álvares de Azevedo. Pg. 45)
“[...] Ambos
assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta,
Superexcitadíssimos, os dois. [...]”
(A Fome e o Amor – Augusto dos Anjos.
Pg. 53)
“[...] Sabes
d’um mal que leva as criaturas
De pesar, em pesar, de dor em dor,
Por uma galeria de loucuras? [...]”
(A minha amiga Euthalia de
Barros Gurgel do Amaral
– CARMEN FREIRE, Baronesa de Mamanguape. Pg. 69)
“Este
leito que é o meu, que é o teu, que é o nosso leito,
onde este grande amor floriu, sincero
e justo,
e unimos, ambos nós, o peito contra o
peito,
ambos cheios de anelo e ambos cheios
de susto; [...]”
(Noite de insônia – Emílio de Menezes.
Pg. 93)
“[...] Escuta
o canto dos grilos
Que com suas vozes de flauta
Parecem chamar teu nome
Numa terna serenata.
E as avencas, comovidas,
Choram nas gotas de orvalho
Suas lágrimas de prata. [...]”
(Canção pra despertar minha
prenda – Marcelo D’avila. Pg. 119)
“[...] formosa,
qual se a própria mão divina
lhe alinhara o contorno e a firma
rara;
formosa, qual jamais no céu brilhara
astro gentil, estrela peregrina; [...]”
(Formosa – Maciel Monteiro. Pg. 157)
“Tu és morena e sublime
Como a hora do sol posto.
E, no crepúsculo eterno
Que te envolve o lindo rosto, [...]”
(Que mimo!... – Tobias Barreto.
Pg. 205)
“[...] O
amor romântico é uma doença que não acaba
E nem procuram a cura, a ciência
O amor romântico tem mercado
Poetas, letras, o dono do alambique,
terapeutas
Todos lucram com a desgraça [...]”
(Uma moça – Walquíria Raizer.
Pg. 211)
Obrigada pela resenha, Kassia.
ResponderExcluirFico feliz por você ter gostado do livro.
Grande abraço,
Celina.