Por Kássia Rocha
Era
abrigo olhar para as águas, me faziam pensar.
Era
deixar as memórias ganhar formas, se espelhar.
Era ver
os momentos correr entre os dedos, e tocar.
Era olhar
para a correnteza sabendo que tudo iria passar
É não
querer o lado escuro da sombra, que me segue.
É não
suportar os trincar das águas frias do ermo córrego
É não
entender o caminho cheio de curvas e obstáculos
É não
segurar o choro quando tudo fica descontrolado
Sigo por
córregos, rios e turbulentas águas, que limpam com força.
Corro o
risco de ser levada entre águas e pedras, os galhos e troncos
Mas as
águas me levam, imprevisivelmente, tentam me salvar.
Águas,
que um dia insisti em tocar e deixar me levar.
Vejo o
verde que contornam a minha chegada, és mirada.
Passam dias,
e minha casa foi construída a beira de um rio.
Para
que, todas as manhãs eu possa me lembrar das estações
Agora, o
que me acompanha é o luar, as estrelas, um lindo amanhecer.